Como as vacinas funcionam?
As vacinas contêm partes enfraquecidas ou inativas de um determinado organismo (antígeno) que desencadeia uma resposta imunológica dentro do corpo. As mais recentes contêm o esquema para a produção de antígenos, em vez do próprio antígeno. Independentemente do tipo de vacina administrado, não há riscos de infectar a pessoa que a recebe.
Algumas vacinas requerem doses múltiplas, administradas com semanas ou meses de intervalo. Isso é necessário para permitir a produção de anticorpos de longa duração e o desenvolvimento de células de memória. Dessa forma, o corpo é treinado para lutar contra o organismo causador da doença específica, acumulando memória do patógeno para combatê-lo rapidamente se e quando for exposto no futuro.
Vacinação como um pacto coletivo
Quando alguém é vacinado, é muito provável que esteja protegido contra a doença-alvo. No entanto, nem todas as pessoas podem ser vacinadas. Pessoas com problemas de saúde subjacentes que enfraquecem seus sistemas imunológicos, como câncer ou HIV, ou que têm alergias graves a alguns componentes da vacina podem não ser vacinados com certas vacinas.
Por outro lado, quando muitas pessoas em uma comunidade são vacinadas, o patógeno tem dificuldade em circular porque a maioria das pessoas que encontra são imunes. Portanto, quanto mais vacinados, menores os riscos de expor a patógenos nocivos pessoas que não podem ser vacinadas. Esse fenômeno é conhecido como imunidade de rebanho.
Quais vacinas devo tomar?
O calendário de vacinação recomendado pelo Ministério da Saúde é vasto. Dentre as principais vacinas, há mais de 20 tipos que têm o objetivo de imunizar contra uma série de doenças. A imunização deve ser administrada desde o nascimento até a terceira idade, e existem diferentes variáveis envolvidas. Para conhecer o calendário de vacinas por grupos etários, confira mais informações abaixo.
Crianças (0 a 9 anos)
Ao nascer
Quando falamos de vacinação ao nascer, certamente o principal exemplo que vem à cabeça é a vacina BCG, famosa pela “marquinha” que deixa registrada na pele. Trata-se de uma vacina de dose única contra a tuberculose, que deve ser aplicada o mais precocemente possível. Além desta, a primeira dose da vacina contra a hepatite B também é recomendada ao nascer, cuja segunda e terceira dose devem acontecer, respectivamente, no segundo e no sexto meses de vida.
2 meses
No segundo mês, a criança deverá receber a primeira dose da já conhecida tríplice bacteriana, bem como os imunizantes contra o Haemophilus influenzae tipo b (que causa meningite e pneumonia), poliomielite, rotavírus e pneumococos. As duas últimas podem contar com duas ou três doses, dependendo da vacina utilizada. Já as demais necessitam de outras duas doses, que devem acontecer no quarto e sexto meses de vida.
3 meses
No terceiro mês, as vacinas da vez são as meningocócicas, tanto conjugadas (ACWY) quanto meningocócica B. O intervalo entre a primeira e a segunda dose para ambas é de dois meses.
6 meses
A partir do sexto mês, a criança deve começar a tomar duas doses da vacina contra o vírus influenza, que causa a gripe, sendo necessárias doses anuais de reforço.
9 meses
No nono mês, chega a vez da primeira dose contra a febre amarela, cuja segunda dose só deve ser recebida aos 4 anos de idade.
1 ano
Ao completar o primeiro ano de vida, três novas vacinas devem ser carimbadas na caderneta: a primeira dose da Hepatite A - cuja segunda dose deve ser recebida aos 18 meses - e as primeiras doses da varicela e da chamada tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Para as duas últimas, a segunda dose deve ser administrada a partir do décimo quinto mês. Também no primeiro ano de vida, as primeiras doses de reforço começam a ser necessárias. É o caso das vacinas pneumocócicas conjugadas, meningocócicas conjugadas e meningocócica B, aos 12 meses, e da tríplice bacteriana, Haemophilius influenzae tipo b e poliomelite.
5 anos
A partir do quinto ano, a dose de reforço da meningocócica ACWY/C deve ser administrada. Essa nova dose deve ocorrer cinco anos após o primeiro reforço.
6 anos
Aos 6 anos de idade, além da segunda dose da febre amarela, a criança deve tomar mais um reforço da vacina meningocócica ACWY e uma dose da vacina dTpa+ IPV, que constitui o segundo reforço da difteria, tétano, coqueluche e poliomielite.
9 anos
Uma dose de reforço da tríplice bacteriana é necessária aos nove anos, mas agora na forma de tríplice bacteriana tipo adulto (dTpa). Por fim, nessa mesma idade, é chegada a vez da vacina contra o HPV, administrada em duas doses, que devem ser tomadas dos 9 aos 14 anos, para meninas e meninos.
Adolescentes (10 a 19 anos)
Na adolescência, o principal papel da vacinação é o reforço das doses que devem ser tomadas na infância, bem como colocar em dia aquelas que, por qualquer razão, não tenham sido tomadas.
Tríplice Viral
Caso o adolescente ainda não tenha completado o esquema de duas doses na infância, é necessário completar o esquema na sua carteira de vacinação, dessa vez, com um intervalo mínimo de um mês entre cada dose.
Hepatites A e B
Adolescentes não vacinados contra as hepatites A e B também devem se atentar a essas vacinas o mais precocemente possível. Para menores de 16 anos de idade, são duas doses da vacina combinada hepatite A+B, com intervalo de seis meses entre cada uma. A partir dos 16 anos, são três doses, sendo a segunda e a terceira, respectivamente, um e seis meses após a primeira.
HPV
Para a vacina contra o HPV, são necessárias duas doses com intervalo de seis meses para os adolescentes com menos de 15 anos. Depois dessa idade, são três doses, num esquema de intervalos de 0, 1 a 2 e 6 meses.
Tríplice Bacteriana do Tipo Adulto (dTpa)
Quando falamos da tríplice bacteriana do tipo adulto, que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, o cenário é um pouco mais diversificado. Para os adolescentes que estão com todas as doses da infância em dia, incluindo a de reforço, é necessária outra dose de reforço 10 anos após a última. No caso de nunca ter sido vacinado (coisa muito rara em nosso país), é recomendado tomar uma dose da vacina dTpa e totalizar as demais doses com a dupla bacteriana do tipo adulto (dT).
Varicela
A vacina varicela deve ser tomada em duas doses no caso de adolescentes suscetíveis. Para menores de 13 anos, é necessário um intervalo de três meses. A partir de 13 anos, o intervalo é de um a dois meses.
Meningocócica ACWY
A vacina meningocócica ACWY para não vacinados é de duas doses com intervalo de cinco anos entre cada uma. Para os já vacinados na infância, uma dose de reforço deve ser tomada aos 11 anos ou cinco anos após a última dose. Já a vacina meningocócica B deve ser dada em duas doses com intervalo de um a dois meses, mas somente para os não vacinados.
Adultos (20 a 59 anos)
Assim como na adolescência, o principal papel do calendário de vacinação de adultos, dos 20 aos 59 anos, é a manutenção das imunizações adquiridas da infância e o ajuste das vacinas que não tenham sido recebidas por qualquer razão.
Tríplice Bacteriana do Tipo Adulto (dTpa)
A já conhecida vacina tríplice bacteriana do tipo adulto, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, necessita de uma dose de reforço a cada dez anos para aqueles que já tomaram três doses. No caso de vacinação incompleta, é necessário colocá-las em dia.
Vacinas situacionais
A depender de critério médico, três vacinas podem ser consideradas para o público adulto: as contra pneumocócicas, herpes zóster e dengue. Para as vacinas pneumocócicas, a vacinação pode ser administrada a partir de 50 a 59 anos. Já no caso da vacina herpes zóster, uma dose única é recomendada a partir dos 50 anos. Por isso, é necessário fazer seus exames de rotina e, assim, o profissional que o acompanha poderá avaliar cada caso.
Idosos (60+ anos)
O principal papel da vacinação nesse grupo é manter as imunizações adquiridas anteriormente e de introduzir as vacinas que, por qualquer razão, não tenham sido recebidas.
Vacinas de rotina
Para os idosos, quatro vacinas são recomendadas como rotina: a vacina contra a gripe, de dose única anual; vacinas pneumocócicas, iniciando com a vacina Pn13-valente e continuando com a Pn 23-valente; contra o herpes zóster, de dose única, para os não anteriormente vacinados antes dos 60 anos; e a tríplice bacteriana do tipo adulto (contra difteria, tétano e coqueluche), com uma dose de reforço a cada dez anos para os completamente imunizados. Para os idosos não previamente vacinados contra a febre amarela, uma dose única pode ser administrada após avaliação de risco e benefício pelo médico do indivíduo. O mesmo se aplica com relação à vacina hepatite B, que atualmente é recomendada de rotina também para idosos não vacinados previamente.
Vacinas situacionais
Existem também as vacinas que devem ser consideradas em casos específicos, como em viagens para áreas de riscos ou após avaliação sorológica. É o caso das vacinas contra a hepatite A, em duas doses; meningocócicas conjugadas, de dose única; e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), também de dose única.
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