Algumas vezes, para tratar doenças hematológicas como leucemias e linfomas, o transplante de medula óssea (TMO) representa a melhor opção. Por isso, desde 2011, oferecemos esse tipo de procedimento a nossos pacientes onco-hematológicos, que podem receber ainda combinações de outras estratégias de tratamento, como ponte para o transplante, como quimioterapia, imunoterapia e uso de imunomoduladores.
Tipos de TMO
Embora o nome “transplante de medula óssea” seja um só, existe mais de uma modalidade desse tipo de cirurgia, todas ligadas às características do doador. Os tipos são:
• Autólogo A medula provém do próprio paciente.
• Alogênico aparentado A medula provém de um parente compatível.
• Alogênico não aparentado A medula provém de uma pessoa compatível, geralmente desconhecida (doador voluntário).
Um dos maiores desafios é a disponibilidade de um doador totalmente compatível com o paciente. A chance de um paciente ser 100% compatível com um irmão, filho do mesmo pai e da mesma mãe é de somente 25%.
Quando o paciente não tem irmãos compatíveis, é realizada a busca por doadores voluntários em bancos nacionais e internacionais. A possibilidade de se encontrar um doador compatível nesses bancos gira em torno de uma em cem mil doadores cadastrados.
Uma esperança: doador haploidêntico
Nos últimos anos, foram aperfeiçoadas técnicas de transplante que utilizam fontes alternativas de células, como sangue de cordão umbilical e placenta e doadores incompatíveis. De forma geral, todos os indivíduos herdam metade do material genético da mãe e metade do pai. A carga genética herdada de cada um é conhecida como haplótipo. Todos temos um haplótipo materno e um haplótipo paterno.
Atualmente, é possível realizar transplantes com doadores haploidênticos (que tem somente um haplótipo em comum com o paciente), que podem ser irmãos, pai, mãe ou outro membro da família, cuja compatibilidade gira em torno de 50%. O teste realizado é a avaliação do HLA em uma amostra simples de sangue, que é o mesmo exame utilizado na busca de doadores idênticos.
A modalidade de transplante de medula óssea haploidêntico é inovadora e abre outras possibilidades para pacientes com doenças graves fatais cuja única saída é a realização do transplante. Os resultados são bem animadores e muito semelhantes aos transplantes realizados com doadores totalmente compatíveis.
Coleta da medula
Existem duas formas extrair as células-tronco, que compõem a medula óssea: por meio da coleta do sangue periférico (depois de estimulação com medicamentos), em um procedimento chamado aférese, ou por punção diretamente na medula óssea do doador.
A fonte utilizada depende da doença do paciente, de características do doador e da decisão médica. Como a medula é 100% renovável, a doação é considerada segura para quem doa e os efeitos são leves e de fácil controle.
Seja um doador voluntário
No Brasil, a mistura de raças dificulta a localização de doadores voluntários totalmente compatíveis. Embora o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) seja o terceiro maior banco de doadores do mundo, com quase 4 milhões de voluntários cadastrados, encontrar um totalmente compatível ainda é um desafio.
Para ser um doador de medula óssea voluntário, é preciso procurar o hemocentro do seu estado e se cadastrar no Redome. Caso surja um receptor compatível, você será consultado para decidir quanto à doação.
Para saber mais, acesse http://redome.inca.gov.br/