Cefaleia é um termo técnico que significa dor de cabeça. Trata-se de um sintoma bastante comum, que acomete a grande maioria das pessoas ao longo da vida. Diversas doenças podem levar à cefaleia, geralmente associada a outros sintomas. Entre elas estão infecções, tumores, desordens vasculares, desordens metabólicas, problemas oculares (glaucoma), entre outras.
Tipos, sinais e tratamento
Existem vários tipos de dores de cabeça, com características e tratamentos bem diferentes: a enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia em salvas. Em qualquer caso, a avaliação médica é fundamental para esclarecer a origem da cefaleia e estabelecer o tratamento apropriado.
Cefaleia Tensional – Provoca dores que dão a sensação de que a cabeça está pesada, apertada ou pressionada. Geralmente, sua intensidade é fraca ou moderada e não impede as atividades diárias. Também não costuma haver outros sintomas associados como náuseas ou aversão à luz e barulhos altos. Alterações emocionais como estresse, ansiedade e depressão podem desencadear esse tipo de dor de cabeça.
O tratamento pode ser feito com analgésicos ou anti-inflamatórios, mas é importante que o paciente não se automedique e procure um médico para analisar se há outras patologias presentes que possam estar desencadeando a dor. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 38% a 74% dos brasileiros sofrem com cefaleia tensional. A cefaleia tensional pode ser episódica (menos de 15 dias por mês) ou crônica (mais de 15 dias por mês). As dores de cabeça podem durar entre 30 minutos e vários dias.
Cefaleia em Salvas – Considerada menos frequente, seus sintomas são dor intensa, geralmente noturna, sempre de um só lado e com localização em torno da órbita do olho, podendo durar desde poucos minutos a horas. Alguns pacientes apresentam também olhos avermelhados e lacrimejantes, além de congestão nasal e às vezes pálpebra caída do mesmo lado onde se sente a dor.
É comum que os pacientes com esse tipo de cefaleia tenham crises repetidas, muitas vezes levando a acordar no meio da noite. Estudos sugerem que as causas do problema estão em disfunções na região do hipotálamo, que é a estrutura do cérebro responsável por várias funções como controle de temperatura, regulação hormonal e do sono. O tratamento para as crises varia e pode incluir medicações orais ou injetáveis.
Enxaqueca – Também chamada de migrânea, é uma dor de cabeça de intensidade variável, muitas vezes acompanhada de náuseas e sensibilidade à luz e ao som. Há estudos que mostram que ela chega a afetar até 20% da população feminina e até 10% da masculina. Fazer exercícios físicos regulares, cuidar da higiene do sono e controlar o estresse são medidas eficazes contra a enxaqueca.
Suas causas são variadas e podem incluir alterações hormonais, estresse, traumas no crânio, ingestão de alguns alimentos como chocolate ou alimentos industrializados com conservantes, vinho tinto, queijos maturados, castanhas etc. O tratamento depende da intensidade da dor e pode demandar uso de medicamentos analgésicos para as crises agudas e medicamentos de uso preventivo por tempo que varia de 4 meses a 1 ano quando essas crises se tornam muito frequentes.
Essa doença neurovascular provoca crises de dor que afeta metade da cabeça. Há pacientes que apresentam poucos episódios durante a vida e outros que a tem com muita frequência. Geralmente a enxaqueca piora com atividades físicas e não é raro que o paciente sinta também náuseas e desconforto quando exposto à luz e sons altos. Cada crise pode durar até 72h.
Em cerca de 15% dos casos, o quadro de dor é precedido (ou acompanhado) por uma aura premonitória que envolve sintomas neurológicos. Sua principal característica é o embaçamento da visão ou a presença de pontos luminosos, em ziguezague ou manchas escuras nos períodos que precedem as crises dolorosas. Pessoas que sofrem de enxaqueca com aura, especialmente as fumantes que fazem uso de pílulas anticoncepcionais, têm risco aumentado de sofrer acidentes vasculares cerebrais.
Diagnóstico
As dores de cabeça requerem diagnóstico médico e raramente requerem exames laboratoriais ou de imagem. O paciente deve procurar um atendimento de emergência com os seguintes sintomas:
– Dor pior do que o habitual;
– Início súbito e intenso;
– Confusão mental, fala arrastada, desmaios, dormência ou paralisia unilateral, dificuldade de enxergar, falar ou andar;
– Febre superior a 39 °C;
– Náuseas ou vômitos.